Quem sou eu

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As vezes palavras, as vezes silêncio, sou nada e ao mesmo tempo tudo.Impulsiva. Teimosa. Um pouco hipocondríaca. Entre flores e ursinho fofo, sem dúvida chocolate. Movida à musica. Livros. E as vezes para fugir da rotina, eu surto, assim, de leve.

segunda-feira, 29 de março de 2010

broken watch

Os segundos,passam, e junto com eles, os minutos e as horas.
não param. são rápidos. quase impossíveis de acompanhar.
o ponteiro que a cada instante se encontrava num espaço diferente.
não avança mais.
eu agora,permaneço no mesmo...
lugar? não. instante.

meu relógio quebrado, impede que eu avance.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Nada é eterno

Luísa, sessenta e oito anos, viuva, melancólica e solitária. Bóris, seu gato cinza, talvez seja o único ser vivo, o qual se relaciona. e seu único meio de distração, são os livros empoeirados de sua biblioteca. quase todos já lidos. sua vida é pacata. nas paredes de sua casa própria, o sabor clássico de quadros antigos em pinturas americanas. usa louças velhas e mobilias velhas. professora de literatura já aposentada, amante de Drummond. fora casada com um advogado, três anos mais velho que ela, cujo nome era Augusto; que por sinal foi seu primeiro e único homem. formavam o casal dos sonhos de muitas mulheres .o que causava inveja de muitas. pessoas que diziam que era impossivel que vivessem o tempo todo em harmonia. mal sabiam que de fato, jamais houve uma só briga entre eles. Augusto fora um grande marido que sempre se submeteu as vontades de Luísa. infelizmente, fora vitima de um ataque fulminante que o levou justamente no dia do trigésimo aniversário de Luísa. quando ajoelhado aos pés de Luísa, desmaiou. após declarar à amada seu grande amor. pouco depois de ser felicitado com a noticia de que seria papai. Luísa que sempre fora sorridente, cantava com os passáros todas as manhãs. desde seu trigésimo aniversário, deixou de cantar, de sorrir, e por pouco deixou de viver. principalmente pelo aborto que tivera, três meses depois da morte de Augusto. o que lhe causou mais tristezas. Luísa então que fora uma mulher vaidosa, alegre, e apaixonada pela vida. tornou-se uma mulher amarga, fria...e infeliz. Luísa hoje, pouco sorri. exceto quando sentada na sua cadeira de balanço, recua ao passado remoto, e relembra o tempo em que era feliz. o tempo em que ela tanto desejou que fosse para sempre. a lágrima que escorre não é somente nostalgia, mas também revolta, por ser obrigada à aceitar que nada é eterno, tudo lamentavelmente, é efêmero.

quinta-feira, 4 de março de 2010

"Xô!"

a monotonia do dia.
do dia que é o mesmo todos os dias.
das horas que são as mesmas todos os dias.
do café que está fraco igual o de ontem.
do silêncio que eu não tenho quando quero.
da palavra que eu engulo quando não quero.

e nisso...

eu aguento o ônibus lotado, quando podia estar na cama.
eu aguento a menina do lado direito falar que mangá é interessante. (onde?)
eu aguento o menino do lado esquerdo resmungar alto, sozinho.

agora o que eu não aguento, são esses malditos dias que todas as mulheres tem. todos os meses.
que me fazem ter médios intervalos de estresse, e impaciência.
e de vontade de por um minuto apertar o "pause", e extravasar com um grito.
mandando todos esses, aproximadamente, cinco dias...

PARA UM LUGAR BEM LONGE...
que não seja, nem amanhã, nem o mês que vem.



segunda-feira, 1 de março de 2010

vomitando palavras

Sempre volto das minhas viagens com mais disposição para encarar melhor os fatos da vida.
acho que esse é um dos motivos das pessoas passarem o ano inteiro almejando suas férias.
ou um simples final de semana que o faça ficar distante do cotidiano.
e como é bom quebrar o clichê pra fugir um pouco dessa louca metrópole.
céu cinza, quando deveria estar azul. vai entender.
seis horas da manhã vai ser meu horário de despertar todos os dias.
e eu nem estou reclamando por isso, ainda.
afinal, sempre volto das minhas viagens com mais disposição para encarar melhor os fatos da vida.

Nas minhas viagens as malas sempre voltam mais pesadas. acho que é consequencia de não ter paciência para ajeitar as roupas sujas.
voltam também novas idéias, e mais uma ou duas mudanças dentro de mim.
vou deixar um pouco de lado a sensibilidade do meu temperamento.
isso vai me ajudar a encarar melhor os fatos da vida.
vou controlar um pouco minha loucura, ainda que pra isso eu tenha que surtar mais.
e ainda que eu borre muito meu rimel, eu vou me restaurar rápido.
vou usar da praticidade pra varrer os cacos de vidros de copos estilhaçados ao chão.
e serei mais prevenida não deixando a janela aberta em dias chuva.

Durante meu trajeto olhando o que ainda resta da natureza na estrada, senti-me dando voltas , misturando o que há de bom e ruim em mim, porém, depois, logo percebi que estava mesmo é avançando. mesmo na minha constante metamorfose.
talvez eu queira deixar de viver em um monólogo, talvez.
é que algumas vezes tudo que eu quero é curtir a presença do eu.
outras, preciso colocar pra fora tudo o que me revira, na companhia de alguem que disponibilize de tempo, e ouvido.

mas esse não é mais um post no estilo depressivo.
o problema é que eu não consigo engolir palavras, logo as vomito.

Esse ano tenho prioridades, e meu olhar tá fixo em busca de algo que almejo.
isso vai reduzir minhas vindas aqui. o que não significa falta do que escrever, nem tão pouco falta de disposição...afinal, eu sempre volto mais disposta das minhas viagens.

Ps: dezoito para dezoito.