Quem sou eu

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As vezes palavras, as vezes silêncio, sou nada e ao mesmo tempo tudo.Impulsiva. Teimosa. Um pouco hipocondríaca. Entre flores e ursinho fofo, sem dúvida chocolate. Movida à musica. Livros. E as vezes para fugir da rotina, eu surto, assim, de leve.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mantenham o ambiente arejado

eu entendo porque há um certo preconceito com o outono...
a cidade que já não é muito bonita, fica escura e feia.
as nuvens não fazem desenhos no céu.
o rapaz com sua mochila de capitalismo imposto reclama mais das horas extras que terá que fazer, e do salário que não aumenta.
mas ele não é único que reclama.
as pessoas parecem produtos empacotados, de tantas blusas que vestem.
as palavras mal-escritas nos muros ficam mais sujas.
o mal humor vira imã que não desprende.
este que, em dias frios se destaca mais.
primeiramente, de manhã ao sair do conforto quentinho da cama.
meia hora depois quando esta atrasada e o café já esfriou.
dez minutos depois, quando você acaba de sair e começa a garoar, então percebe que esqueceu o guarda-chuva, e por isso terá que voltar para busca-lo.
trinta segundos depois, quando você olha pro relógio e percebe que ele não se cansa de trabalhar nunca. que o tempo não pará...e que esta atrasada.
quero destacar os ônibus lotados.
certo que estes, sempre causam mal humor, não importa a estação do ano.
o único problema é que no outono que é o treinamento para o inverno.
as pessoas usam o ônibus como um casulo pra fugir do frio.
fecham todas as janelas.
vidros embaçados.
pessoas respirando no mesmo lugar, mesmo ar, pouco ar.
dentre essas pessoas, sempre tem uma com o vírus da gripe. - eu disse, sempre!
e seu sistema imunológico quase sempre revoltado com você, resolve falhar.
e você que no caso sou eu, é pega pelo vírus.
eu já perdi as contas de quantos espirros eu dei de ontem pra hoje.
e eu sei que amanhã vai ser a mesma coisa, o lamento ao acordar, os muros sujos talvez mais sujos; e o ônibus lotado com todas as janelas fechadas...
a única diferença é que dessa vez a pessoa com o vírus da gripe, sou eu.

Retrovisor

Retrovisor nos mostra o que ficou
O que partiu, o que agora só ficou no pensamento
Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas
Mostra as ruas que escolhi
Calçadas e avenidas
Deixa explícito que se for pra frente
Coisas ficarão pra trás
A gente só nunca sabe que coisas são essas.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

o reflexo dos meus próprios pensamentos

tocou o despertador, hora de levantar.
lutei contra a imensa vontade de permanecer no conforto quentinho da minha cama,
então recorri aos cinco minutos necessários para aceitar que a terra acabou de dar mais uma volta sobre o seu eixo, e como consequencia, dia.
retirei o que durante a noite toda me permaneceu aquecida.
corpo quente, ar frio.
um choque de temperaturas nada agradável.
enquanto eu me trocava pensava o quanto eu queria poder me render ao desejo de voltar a minha cama...
faltando pentear o cabelo, fui na direção do pente.
e me deparei frente a ela.
mesmo sendo apressada pelos ponteiros do relógio, não consegui fugir.
e de repente, não mais que de repente, nossos olhares se encontraram.
silêncio.
ainda que parada, dentro de mim, era como se andasse de um lado para o outro.
algumas sensações acordaram, e juntos sentimentos bifurcados.
palavras,e perguntas, começaram a gritar, em busca da saída.
talvez seria esta que eu via em minha frente, quem responderia todas as minhas perguntas. talvez, uma percepção dela fosse a solução.

impulsiva como sou, não sei como pude conter as perguntas, que dentro de mim embalavam um estilo de música barroco. - na certa, era o medo das respostas.
continuávamos nos olhando.
era como se eu não estivesse no meu quarto, talvez dormindo, sonhando, longe.

havia um estado de completude no nosso olhar.
era como se ela soubesse e conhecesse todas as sensações que eu sentia.
como se também as pudesse sentir...

todavia, depois de um tempo com o olhar fixado.
eu não aguentava mais o silêncio, que mais parecia uma faca aguçada que tocava o meu âmago.
sádica! estava na espera de qualquer ato meu que demonstrasse desespero e fraqueza.
tocava nos meus pontos fracos, na espera que eu me rendesse ao grito...
me rendi, e gritei.

ao final, pude sentir um repouso das sensações,
como se toda a minha sobrecarga de pensamentos e sentimentos bifurcados tivessem encontrado a tão procurada saída.
meu olhar subitamente desviou-se.
e fui voltando, parecendo estar sob efeito de algum tranquilizante.
percebi que durante todo esse tempo, ela, era nada mais nada menos que, o meu reflexo no espelho.

[Song: Pink Martini - Que sera sera]

terça-feira, 11 de maio de 2010

" Que é loucura; ser cavaleiro andante
Ou segui-lo como escudeiro?
De nós dois, quem o louco verdadeiro?
O que, acordado, sonha doidamente?
O que, mesmo vendado,
vê o real e segue o sonho de um doido pelas bruxas embruxado?"

Drummond - Quixote e Sancho de Portinari.