Quem sou eu

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As vezes palavras, as vezes silêncio, sou nada e ao mesmo tempo tudo.Impulsiva. Teimosa. Um pouco hipocondríaca. Entre flores e ursinho fofo, sem dúvida chocolate. Movida à musica. Livros. E as vezes para fugir da rotina, eu surto, assim, de leve.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Há coisas que se dizem escrevendo

E se algum dia por acaso, quando diante da sua prateleira de livros se perguntar por qual razão não me junto aos seus planos malucos, não venha bater em minha porta esperando que a resposta saia da minha boca, pois eu desconheço-a também. - Não! Não me coloque na parede e me forces a dizer uma só palavra, pois no máximo ouvirás palavras tropeçando em outras palavras, e frases mal ditas. Não me culpe...Ainda que tenhas todo o direito. O meu muro erguido não é culpa minha, tampouco sua, eu sei. Mas que culpa tenho eu se "o amor não se obriga: rebenta espontâneo no coração?"
Não. Não me peça explicações. Nem queira trazer consigo horas no parque, no telefone, sorrisos, e mais sorrisos; conheço bem seu jogo de me mobilizar com os "nossos momentos". Eu sei que a minhas incertezas refletem em você, e de certa forma o machuca, -lamento. Caberia a você transforma-las em certezas se... - Se nada! Não existe se, eu não quero que exista! Prefiro conviver mais uma vez com a incerteza de não arriscar, de não se jogar de mãos dadas otimizando o voo mais lindo, agradável, e certamente (in)tenso. Pois você sabe, me conhece, eu tenho medo de voos altos, tenho medo das mãos se soltarem, do paraquédas não abrir... - tenho medo do meu pessimismo.
(...)
Isso se falar das nossas divergências, você um apreciador do bom e velho rock'n roll, enquanto eu me derreto com Chico Buarque e suas mais lindas melodias. Parece até ironia, a robusta ouve mpb, o apaixonado rock'n roll. Além é claro, que você não saberia lidar com a minha ausência nas madrugadas de plantão, e eu detestaria ter que dividi-lo com os jogos de futebol do seu time que, aliás, é o maior rival do meu.
Acho que viveríamos num intenso "quebra pratos", que resultariam nas lacunas da cama nas noites frias. Entenda, o amor surge apenas quando as diferenças não são mais capazes de separar, e as nossas ainda são.
Conclua como quiser, se acha que tenho outro, que sou maluca, que vou morrer solteira, ou até mesmo que não sou a mulher ideal para você, ache. Afinal, todo homem precisa de um subterfúgio quando não conquista a mulher que deseja. Só não me peça explicações, nem tente me encontrar pelas ruas na tentativa de querer enxergar o que os meus olhos dizem, nossa história não é um roteiro de uma novela onde o final só é feliz quando o casal fica junto. Podemos ser felizes separados. Desculpe, mas você sempre soube da minha falta de romantismo. - Falta não, pouca demonstração; é como a fruta dentro da casca.
(...)
Eu prefiro um desfecho assim: cada um carregando no bolso suas hipóteses, dúvidas e vontades que, se não resistidas, poderiam nos manter acordados uma madrugada inteira, ou quem sabe, uma vida inteira.