Quem sou eu

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As vezes palavras, as vezes silêncio, sou nada e ao mesmo tempo tudo.Impulsiva. Teimosa. Um pouco hipocondríaca. Entre flores e ursinho fofo, sem dúvida chocolate. Movida à musica. Livros. E as vezes para fugir da rotina, eu surto, assim, de leve.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Pingos de chuva como inspiração

Take I - Chove lá fora, mas a tempestade é aqui dentro, dentro de mim. São tantas as indagações, os "porquês" lamentados seguidos de "e se", e a certeza tão evitada. Certo que a fase pior já passou, mas ainda há resquícios de planos fracassados, sonho não realizado, amores não vividos e medos defensivos. (Ora, se não é essa a única explicação para se ter medo: defesa.) Em busca de refúgio, me consolo nessas bitucas de cigarro e nesse copo de café amargo que engulo forçada. Nesse barulho de chuva que se mistura com os ecos existentes na minha cabeça, disfarço o que eu não quero demonstrar. Aquele inconformismo de não se aceitar mais Dom Casmurro e de se assumir "a fruta dentro da casca". Foi-se o tempo em que minhas noites eram regadas com neuroses pertinentes e desconfianças machadianas, foi-se o tempo em que o celular me proporcionava a presença de alguem distante. Ainda não foi-se por completo, o medo inexpugnável de se render ao mais abstrato dos substantivos. Talvez não deveria ter colocado Schopenhauer na minha lista de livros prediletos, concordar que a vontade é a mais fundamental força da natureza me fez, por algumas vezes, ceder ao momento errado ignorando as consequências que viriam. Mas, até que o maior pessimista de todos os tempos tinha certa razão: toda a vida é um constante querer eternamente insatisfeito. "Tudo é questão de não se negar a nada" - disse Cazuza. Certamente não estava no seu juízo perfeito. Se despir por completo, se resignar com o rímel borrado usando como subterfúgio um misticismo-conformativo, e ainda sim, dizer que valeu a pena? Isso soa, de imediato, como loucura. Todavia, não há loucura se não houver razão, logo, não é loucura, porque o amor faz perder a razão. Take II - Eu estou me redescobrindo novamente nos mais diversos aspectos, e isso ainda me assusta, ao passo que nego. Aliás, nego a mim mesma quando me questiono sobre minhas preferências, nego a mim mesma quando fujo de um desabafo necessário e recorro a introspecção questionativa. A verdade é que nego o tempo todo pra fugir da própria verdade. Talvez minhas negações façam parte dessa tal armadura a qual me revisto. Ou talvez seja medo. Medo como sempre. Alguém que souber um remédio, que não o alcool porque não quero resultado momentâneo, que acabe de vez com o medo, por favor, conte-me a fórmula. Este não tem contribuído muito a minha vida. Em partes, admiro aqueles que vivem intensamente, que não pensam duas vezes, e que se entregam por inteiro ao momento que a vida lhes oferecem, que não se entregam as precipitações, tampouco exigem que a vida lhes garantam a resposta desejada. Simplesmente vivem cada dia seu mal. Sem medo, sem exigências, sem sucumbir as pressões externas. Não há dúvidas que além de mais interessante, o livro da vida deles terá mais folhas rabiscadas, histórias e, obviamente, mais emoção. Mas ainda me falta coragem pra me despojar dos bloqueios não permissivos. Take III - A incapacidade me é recorrente até agora, quando escrevendo ainda não exponho nem metade do inteiro que sinto. E por isso me recuso tanto a falar o que verdadeiramente ando sentindo a terceiros; ah, se meu silêncio e desvios de olhares traduzissem o que a cada dia eu confirmo... Me pouparia da cena vergonhosa que seria, eu, gaguejando tentando dizer o que agora ainda não consigo escrever. Embora sinta. Saiba que exista. E tente negar. E nessa falta de um chão fixo pra pisar, eu sigo cambaleante, e esperando o momento certo... Chico cantou: "não se afobe não, que nada é pra já, o amor não tem pressa ele pode esperar em silêncio." - Não só o amor. Eu também posso esperar. Enfim, o fato é que já estou providenciando filmes de comédia ou terror, ao ínves de dramas e romances. Parei de ler Shakespeare, mas ainda cedo a Drummond e seu "Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor à procura medrosa, paciente, de mais e mais amor..." - Impossível negar uma das maiores verdades já ditas sobre esse tal amor. "Tal amor". Que não soe como desprezo a esse sentimento tão nobre que nenhuma criatura pode contra, que nos faz costurar o nome da pessoa amada no travesseiro com pontos de suspiros. E que nos coloca desnuda pelas demonstrações inevitáveis...inevitáveis. Eu não devia dizer, mas essa chuva com essa café botam a gente comovido como nunca.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O esplêndido imprevisível desafinar romântico

Gostaria de coroar com êxito esta busca constante do pitoresco, por este irrisório cotidiano que me permite tentar recolher da vida diária algo de seu desajeitado conteúdo humano, que torna a vida mais digna de ser vivida e incendeia em minh'alma o imprevisível e desafinado desejo de escrever sobre o amor. Ora pois, tenho dito, aquele que busca fugir da essência que ao menos deveria, reger todo o universo, nada mais faz do que racionalizar para não mostrar sua face mais inconsequente e, diria até, mais bela de todas. Usa das mais diversas armas para convencer-se que o belo não existe, ignorando que desde Cânticos dos Cânticos a Goethe, a lição fora essa: desfalecer-se de amor...,ainda que haja a probabilidade de fim trágico. Em todo o viver, o risco. Para todo risco, o medo. E deste último fazem subterfúgio para não riscarem (em vão) o livro de suas vidas, ou vai ver só evitam que amor rime com dor. De qualquer forma...
Todo corpo lasso e exausto, ao fim de noite, pede um cais. Alguem a quem se chegue exausto e sem forças, e receba o espiritualíssimo amor do corpo, d'alma, que faz tolo, que arde sem se ver, ou que simplesmente dá fulgor.
Triste são aqueles que, por aventura, têm mulheres de tarde em apartamentos de chaves emprestadas, nos lençóis de muitos outros. Quem assim contenta-se, mereçe pouco, por que divide a mulher com outro, sem a garantia de que as melhores noites sejam com ele. Amor não é de noite, nem de tarde, a não ser em alguns dias santos, não é premeditado tampouco escolhido. É espontâneo, é como matéria bruta que nasce não se sabe da onde, vem não se sabe como, e sintetizado por Platão " é uma perigosa doença mental" - cuja cura dói.
Há muitos gritos de pedidos vãs, e nesse ritmo de decadência mundial, ouço poucos gritos por amor, não digo do amor dos amantes com suas satisfações de prazeres cumpridos, dos idólatras e seus santos engessados, dos jovens e seus hormônios em ebulição, da mãe para com seus filhos, ou do frio amor da espécie humana para com ela mesma, não apenas destes. Eu falo do amor de Shakespeare, de Vinicius, de Camões, aquele que se medido é pouco,o dos elógios improvisáveis, o que atenua os defeitos, diminui as diferenças, e quando demonstrado provoca desconcertos refinados, e que muito embora provoque medo, seja arriscado, mostrado e escrito, não importa quantas vezes, desde que todas as vezes ao fim de cada página possa ser dito: enquanto durou fora imortal, interrompeu as tarefas mais sérias, e desorientou a cabeça mais genial.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Psíquico tesouro

Voltei a ceder a esse emaranhado mundo de palavras que permeiam minha mente, deverás guarda-las por muitas vezes, é corrosivo. Das minhas indignas verdades mal contadas, a pior é o ato de negar constantemente as fraquezas que compõe o que, bom, a matéria pela qual sou composta. Esse concretismo que por madrugadas parece ser tão abstrato, tão criado, tão ilusão...Ou, vai ver somos todos frutos dessa arte mutante e exuberante, dessa caixinha de pandora, de surpresas, de retalhos, de lembranças, de flashes, de saudades, de receios, medos, amores, desejos, essa tão, as vezes, desastrosa criação humana. Inseridos num contexto incerto, de dias desconhecidos, meses planejados, sonhos sonhados. Noites em que há mais filosofia nas ruas, do que em minha própria janela, em dias de chuva, por exemplo. Carrego a grande incógnita da minha vida: eu mesma. Esse existencialismo atribuído a melancolia de alguns dias, com um toque leve de poesia, e uma pitada de mistério. Essa escultura em processo, em reformas, com desgostos de gostos latentes, e humores com preferências diversas...Esse corpo comandado por uma massa cerebral dotada de razão e um músculo pulsante que bate constante, rápido, devagar, descompassado...ou em ritmo certo, como agora.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Há coisas que se dizem escrevendo

E se algum dia por acaso, quando diante da sua prateleira de livros se perguntar por qual razão não me junto aos seus planos malucos, não venha bater em minha porta esperando que a resposta saia da minha boca, pois eu desconheço-a também. - Não! Não me coloque na parede e me forces a dizer uma só palavra, pois no máximo ouvirás palavras tropeçando em outras palavras, e frases mal ditas. Não me culpe...Ainda que tenhas todo o direito. O meu muro erguido não é culpa minha, tampouco sua, eu sei. Mas que culpa tenho eu se "o amor não se obriga: rebenta espontâneo no coração?"
Não. Não me peça explicações. Nem queira trazer consigo horas no parque, no telefone, sorrisos, e mais sorrisos; conheço bem seu jogo de me mobilizar com os "nossos momentos". Eu sei que a minhas incertezas refletem em você, e de certa forma o machuca, -lamento. Caberia a você transforma-las em certezas se... - Se nada! Não existe se, eu não quero que exista! Prefiro conviver mais uma vez com a incerteza de não arriscar, de não se jogar de mãos dadas otimizando o voo mais lindo, agradável, e certamente (in)tenso. Pois você sabe, me conhece, eu tenho medo de voos altos, tenho medo das mãos se soltarem, do paraquédas não abrir... - tenho medo do meu pessimismo.
(...)
Isso se falar das nossas divergências, você um apreciador do bom e velho rock'n roll, enquanto eu me derreto com Chico Buarque e suas mais lindas melodias. Parece até ironia, a robusta ouve mpb, o apaixonado rock'n roll. Além é claro, que você não saberia lidar com a minha ausência nas madrugadas de plantão, e eu detestaria ter que dividi-lo com os jogos de futebol do seu time que, aliás, é o maior rival do meu.
Acho que viveríamos num intenso "quebra pratos", que resultariam nas lacunas da cama nas noites frias. Entenda, o amor surge apenas quando as diferenças não são mais capazes de separar, e as nossas ainda são.
Conclua como quiser, se acha que tenho outro, que sou maluca, que vou morrer solteira, ou até mesmo que não sou a mulher ideal para você, ache. Afinal, todo homem precisa de um subterfúgio quando não conquista a mulher que deseja. Só não me peça explicações, nem tente me encontrar pelas ruas na tentativa de querer enxergar o que os meus olhos dizem, nossa história não é um roteiro de uma novela onde o final só é feliz quando o casal fica junto. Podemos ser felizes separados. Desculpe, mas você sempre soube da minha falta de romantismo. - Falta não, pouca demonstração; é como a fruta dentro da casca.
(...)
Eu prefiro um desfecho assim: cada um carregando no bolso suas hipóteses, dúvidas e vontades que, se não resistidas, poderiam nos manter acordados uma madrugada inteira, ou quem sabe, uma vida inteira.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

No doubt

Nunca houve um cirurgião que operasse cérebros e conseguisse enxergar os pensamentos...
Tampouco um especialista em sonhos que enxergasse-os;
Mas, isso não significa que os sonhos e pensamentos não existam dentro da cabeça das pessoas.

Conclusão?

- Não é preciso ver Deus pra saber que Ele existe, é preciso fé meu caro, só fé!

sábado, 27 de agosto de 2011

Substituindo você, por loucura.

De frente pra essa janela, ouvindo as poças líricas que essa chuva faz, tô pensando em você, sem saber quem você é. Não deveria ter traçado linhas te idealizando, não deveria! Mas é que minha vulnerabilidade feminina por amor, afago e esquecimento, me fez projetar nesse quadro esse rosto lindo, esse sorriso desconcertante, que só eu sei o quanto é significativo pra mim, e que só eu sei o quanto procuro. Dia desses atravessando a avenida mais movimentada da minha cidade caótica, me peguei olhando rostos, me vi procurando você. Estranho procurar por alguem que talvez nem exista...Ou que só exista na minha sala, no meu quarto, na minha cama, nos meus sonhos. Parece vago, e de fato é. É como querer enxergar o anil do arco-íris. O fato é que eu precisei desenhar outro rosto pra poder apagar o seu...Precisei. Vou continuar criando formas pra esquecer o que as lembranças insistem em trazer; haverá o momento em que eu vou consegui tirar sua foto da estante de vez, rasgar suas cartas, e preencher esse vázio que é a minha existência sem você, por algo mais real, mais tangível, que ultrapasse os limites da minha imaginação, de um quadro, de um pincel, de você, de querer ter você, outra vez, mais uma vez, até... - Quem é "você"?

sábado, 20 de agosto de 2011

Volta.

Sabado a noite, ela se deparava com um envelope na porta de seu apartamento, depois de umas taças de vinho, e umas recordações ainda pungentes...


"Desisto de ignorar os olhares, os detalhes, o cheiro, o gosto, que ainda vejo, sinto, quero.
Cansei de disfarçar, principalmente o brilho nos olhos. Não sou bom nisso, em esconder, nem quando criança me dava bem nessa brincadeira, sempre era p primeiro a ser achado(...)Comprometo toda a minha reputação de quem nunca assumiu um amor, pra lhe dizer que não só amo, mas penso, quero, sonho, e desejo. Não era pra ser assim, ceder era algo que eu não planejava. Eu plenamente fiel as minhas decisões, vejo o quão incontrolável é esse verbo amar...Até pouco tempo atrás eu tirava frases feitas do bolso, e dizia como quem dá "Oi" pra qualquer uma em qualquer bar de esquina, hoje elas são insuficientes, pouco, diante do imenso que sinto. Fico tentando buscar palavras, inventando versos, frases, e até mesmo gestos (in)diretos pra chamar sua atenção, e você pouco repara, muitas vezes até ignora, não sei se por mal ou por fracasso meu mesmo. Lembrei-me ontem do dia em que ficamos a sós na sala pouco antes de você partir, e subitamente nos olhamos, e eu com um amontoado de palavras a dizer, simplesmente calei, por desconcerto diante de tão lindos olhos. Minha voz falhou, mas meus pensamentos gritavam o quanto eu te queria e estava disposto a te fazer ficar. Eu não sei até que ponto aguentarei esse sentimento dentro de mim, que se cala quando não deve, mas que grita constantemente querendo sair, dividir, e ser doado a você. As roupas que você esqueceu,seu cheiro que ainda impregna o quarto e me remete a noites em que eu tinha o mundo aos meus pés, e você na cama, comigo. Reluto diariamente para tirar-te do foco. Mas fracassadas são as minhas tentativas...Ah, só de pensar em te esquecer, me lembro. Dessa sua ausência física, o que me consola são os sonhos que tenho com você, quando ao deitar, lembro do seu sorriso a me dar boa noite e de suas suaves mãos a dedilhar meus cabelos enquanto fitava sua boca já indo de encontra a.
Como pude deixa-la ir embora? A casa está vazia, silenciosa,as paredes emanam tristeza... nesses copos de whisques me refúgio, tentando esquecer metade da falta que sinto. Você sabe que eu nunca fui o melhor em demonstrar meus sentimentos, mas nessas linhas projetei toda a falta que me faz, espero que consiga expressar o quanto sua presença é essencial a mim, só com ela vou voltar a suspirar, inspirar, te respirar. Porque a verdade é que essa dor intermitente da sua ausência não pode mais continuar. Volte por favor, é só isso que peço, e deixe a sua permanência comigo.Antes que eu adoeça lentamente por reprimir todo esse amor, que fere, que dói, e que é mais seu do que meu."


Após ler, pegou as chaves do carro e foi de encontro acabar com o que matava ambos...a saudade. Ainda havia tempo. Ainda existia amor.