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As vezes palavras, as vezes silêncio, sou nada e ao mesmo tempo tudo.Impulsiva. Teimosa. Um pouco hipocondríaca. Entre flores e ursinho fofo, sem dúvida chocolate. Movida à musica. Livros. E as vezes para fugir da rotina, eu surto, assim, de leve.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O esplêndido imprevisível desafinar romântico

Gostaria de coroar com êxito esta busca constante do pitoresco, por este irrisório cotidiano que me permite tentar recolher da vida diária algo de seu desajeitado conteúdo humano, que torna a vida mais digna de ser vivida e incendeia em minh'alma o imprevisível e desafinado desejo de escrever sobre o amor. Ora pois, tenho dito, aquele que busca fugir da essência que ao menos deveria, reger todo o universo, nada mais faz do que racionalizar para não mostrar sua face mais inconsequente e, diria até, mais bela de todas. Usa das mais diversas armas para convencer-se que o belo não existe, ignorando que desde Cânticos dos Cânticos a Goethe, a lição fora essa: desfalecer-se de amor...,ainda que haja a probabilidade de fim trágico. Em todo o viver, o risco. Para todo risco, o medo. E deste último fazem subterfúgio para não riscarem (em vão) o livro de suas vidas, ou vai ver só evitam que amor rime com dor. De qualquer forma...
Todo corpo lasso e exausto, ao fim de noite, pede um cais. Alguem a quem se chegue exausto e sem forças, e receba o espiritualíssimo amor do corpo, d'alma, que faz tolo, que arde sem se ver, ou que simplesmente dá fulgor.
Triste são aqueles que, por aventura, têm mulheres de tarde em apartamentos de chaves emprestadas, nos lençóis de muitos outros. Quem assim contenta-se, mereçe pouco, por que divide a mulher com outro, sem a garantia de que as melhores noites sejam com ele. Amor não é de noite, nem de tarde, a não ser em alguns dias santos, não é premeditado tampouco escolhido. É espontâneo, é como matéria bruta que nasce não se sabe da onde, vem não se sabe como, e sintetizado por Platão " é uma perigosa doença mental" - cuja cura dói.
Há muitos gritos de pedidos vãs, e nesse ritmo de decadência mundial, ouço poucos gritos por amor, não digo do amor dos amantes com suas satisfações de prazeres cumpridos, dos idólatras e seus santos engessados, dos jovens e seus hormônios em ebulição, da mãe para com seus filhos, ou do frio amor da espécie humana para com ela mesma, não apenas destes. Eu falo do amor de Shakespeare, de Vinicius, de Camões, aquele que se medido é pouco,o dos elógios improvisáveis, o que atenua os defeitos, diminui as diferenças, e quando demonstrado provoca desconcertos refinados, e que muito embora provoque medo, seja arriscado, mostrado e escrito, não importa quantas vezes, desde que todas as vezes ao fim de cada página possa ser dito: enquanto durou fora imortal, interrompeu as tarefas mais sérias, e desorientou a cabeça mais genial.

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