Quem sou eu

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As vezes palavras, as vezes silêncio, sou nada e ao mesmo tempo tudo.Impulsiva. Teimosa. Um pouco hipocondríaca. Entre flores e ursinho fofo, sem dúvida chocolate. Movida à musica. Livros. E as vezes para fugir da rotina, eu surto, assim, de leve.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O desabafo da solteirona

Engraçado como todos os dias somos tomados por preocupações diferentes, pensamentos diferentes, metas diferentes, humores diferentes que, particularmente, mudam de minuto a minuto. Eu acordo todos os dias agradecida por simplesmente ter acordado, e isso é como um ritual, mesmo não sendo dois mil e doze eu tenho as minhas preocupações sobre não acordar. A grande maioria das pessoas, têm seus horários, compromissos, remédios para tomar, enfim, seguem uma rotina, ações que se não são feitas todos os dias, são realizadas todas as semanas, pelo menos em algum dia. Sempre que eu saio de casa em direção ao meu primeiro compromisso que há exatos cinco anos costuma ser a mesma empresa, eu vejo uma senhora que todos os dias veste a mesma roupa, senta no mesmo lugar, e esta com a mesma expressão de quem não gostaria de ter a rotina que tem.
Aliás, a caminho do trabalho eu me deparo com diversas situações, estes dias uma criança de mais o menos uns sete anos bateu no vidro do meu carro, e veio com aquele fim de inocência que as crianças nesta idade costumam carregar, me pediu um trocado e alegou que compraria um doce; como se eu não tivesse olhado pelo retrovisor minutos antes ele com um cigarro na mão...
Estes dias discuti no trânsito com uma mulher que me fechou em um cruzamento, por pouco não bati, bem, não chegamos a discutir eu usei os vocábulos mais desqualificados que uma pessoa que acabara de discutir com seu chefe e precisava de uma oportunidade qualquer para descontar em alguem usaria. Confesso que me senti aliviada, porém bastante desconfortável, principalmente por ela apenas ter me dito: " - Deus te ama!" Neste dia cheguei em casa e me afundei em uma garrafa de whisky, e coloquei meu cede que tem como título: "Músicas depressivas." Eu não costumo beber sempre, aliás, nem posso, moro sozinho em um apartamento mas pelo menos uma vez por semana minha mãe vem me visitar e se esta repara que tem alguma garrafa de álcool com o volume diminuído me conta a velha historia do tio Jonas que morreu de cirrose, seguido de um sermão de pelo menos uma hora.
Estive arrumando umas caixas velhas semana passada, estas que toda casa tem, com fotos, e objetos de algum momento da sua vida que você não teve coragem de jogar fora, e resolveu guardar em uma caixa velha de papelão; encontrei uma carta do meu primeiro namorado, que se chamava Rodolfo, não tinha uma só pessoa que não dizia que iríamos nos casar, de tão bonito e apaixonado par que formávamos...É, teria acontecido se ele não tivesse me traido com a prima e dito que estava bêbado. Aliás dizer que estava bêbado se tornou tão clichê, acho que deve ser por isso que ninguém mais acredita. Que bom, porque definitivamente não funciona. Depois do Rodolfo tenho a impressão que instintivamente meu cérebro formou um pequeno escudo protetor contra homens.
Ontem eu tive a infelicidade do meu ex-supervisor me ligar para jantarmos fora, só porque saímos uma vez depois do coquetel da empresa, eu tinha tomado algumas taças de champagne, e isso deve ter diminuído minha censura e me feito esquecer meu critério de seleção; bom, o fato é que ele me liga toda semana para perguntar se não quero sair com ele de novo, isso quando não resolve dar uma piscada para mim quando nos encontramos no corredor...Certo que estou solteira há alguns meses e sinto como se a única coisa que meu organismo soubesse fazer ultimamente é produzir hormônios que estimulem minha libido; no entanto o problema é que além dele ter dito que foi Aristóteles discípulo de Platão, e não Platão discípulo de Aristóteles, para uma neta de professor de filosofia, ele tem a língua presa e fala: " - Adolei seu vestido."
Nunca fui fã da turma da Monica, muito menos do Cebolinha.